segunda-feira, 28 de março de 2011

Belchior me descabaçou.

Me desvirginei no mundo dos Blogs. Já tem tempo que penso em fazer isso e ao mesmo tempo pensava em não fazer. Mas hoje, ouvindo Belchior enquanto negligenciava meu trabalho, me instiguei e resolvi fazer essa porra aqui.
O que se pretende com esse blog aqui é o que se segue:

PORRA NENHUMA.

Além de falar algumas coisas de música, eventualmente postar uma poesia velha, comentar a política e o mundo da birita.

Sejam bem vindos. Puxem uma cadeira e sentem-se no chão. A casa está suja, espero que não liguem.

Falando em Belchior, aqui vai:

Em off: Rapaz, eu queria muito poder um dia usar um bigode como o de Belchior. Entretanto, acho que isso nunca será possível. Pelos meus cálculos, meu bigode está no maior que já chegou. Deve ter pelomenos um ano que ele não vê nada cortante pelo caminho. Porém, ele continua fininho, apesar de honesto. Com um pouco de cera, talvez eu consiga imitar (de longe) um Dalí. Mas enfim. Dentro de pouco tempo devo tirar a barba. Vou ficar só de bigode.

Voltando; Belchior, grande Bel. Estou, no momento que escrevo essas palavrinhas aqui, escutando o disco Alucinação, de 1976.

Belchior é na minha opinião um dos melhores compositores da música brasileira. É impressionante sua capacidade de falar com propriedade de coisas muito simples, triviais de um dia-a-dia que muitas vezes nos passam despercebidos. Na musica que dá o título ao disco em questão, após nos mostrar estar desinteressado com relação a coisas menos pragmáticas (e portanto, aferrado ao mundo material e sua dureza), ele nos brinda com a beleza de:

"Um preto, um pobre, um estudante,
Uma mulher sozinha,
Blue jeans e motocicletas,
Pessoas cinzas, normais,
Garotas dentro da noite,
Revolver, cheira cachorro,
Os humilhados do parque com os seus jornais.

Carneiros, mesa, trabalho,
meu corpo que cai do oitavo andar,
E a solidão das pessoas nessas capitais,
A violência da noite, o movimento do tráfego,
Um rapaz delicado e alegre
que canta e requebra é demais,
Cravos, espinhas no rosto,
Rock, Hot-Dog, "play it cool, baby",
Doces jovens coloridos,
Dois policiais cumprindo seu duro dever
E defendendo seu amor e nossa vida."


Mas ele não está interessado em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia nem no algo mais.
Amar e mudar as coisas lhe interessa mais.

Grande Belchior, eu lhe saúdo!

Havia posto umas duas cervejas no congelador. Uma delas (ou mesmo as duas) beberei em sua intenção.

P.S. Ainda tenho outras coisas a falar sobre Belchior. Entre elas suas vocalizações, sua relação com a América Latina e o conteúdo combativo de suas músicas. (P.S. escrevi essas últimas observações aqui mais para eu me lembrar, do que para que os leitores leiam. Espero que a tática funcione e me estimule a escrever mais. Além do grande Bel, já tenho outras figuras na minha mira - entre elas Edson Gomes, o reggaeman da Bahia, o rei dos sindicatos e a sua musica em guerra contra a Babilônia; e Fela Anikulapo Kuti.)

BORA BAHÊA MINHA PORRA!

: D

2 comentários:

  1. Xuãããão!
    Parabéns pela iniciativa, meu velho.
    Quando faltar assunto, poste sobre o bom e velho MMA de todo sábado. Pra não fugir da temática a gente arranja alguma música que dê pra fazer um link legal. Vai dar tudo certo.
    Em breve, tenho certeza de que seu blog estará bombando tanto que a UOL vai querer comprar.
    Mas não se venda: a independência é muito mais valiosa.

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  2. Taí, gostei. Curto Belchior há tempos e, desde a morte de Renato Russo ele automaticamente foi promovido a ordem de "meu compositor predileto ainda vivo", rsrsrs.

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